J.D. Vance: uma escolha inteligente
A Convenção Nacional Republicana em Milwaukee fica naturalmente marcada pelo momento da entrada de Donald Trump, que reapareceu em público depois de ter sobrevivido a um atentado no Sábado. Trump que anunciou também o seu vice-presidente: o senador J.D. Vance. Trata-se de uma opção segura – Vance tem (actualmente) posições muito convergentes com as de Trump – mas também inteligente, por várias razões.
Em primeiro lugar, a escolha de Vance sinaliza uma viragem geracional num contexto político profundamente envelhecido como é o dos EUA. Os 39 anos do candidato a vice-presidente contrastam não apenas com os 81 anos de Biden e com os 78 anos de Trump mas também com os quase 60 anos de Kamala Harris, a actual vice-presidente em funções cujos níveis de impopularidade rivalizam com os de Biden.
Além do forte sinal de renovação geracional, a escolha de Vance consuma também a viragem à direita do GOP. Uma viragem que, em caso de vitória de Trump, promete agora de forma mais credível enterrar definitivamente o desastroso legado do neoconservadorismo que tomou e contaminou durante décadas o Partido Republicano. Mudanças que podem no entanto ter também implicações preocupantes, nomeadamente caso os indícios de populismo económico acabem por conduzir ao reforço de políticas estatistas e proteccionistas. Sendo que será também de esperar que a política externa dos EUA fique ainda mais focada na região da Ásia-Pacífico, obrigando a Europa a assumir maiores responsabilidades pela sua........
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