As Grandes Ilusões |
Não sei se é uma característica portuguesa se, simplesmente, humana. A ilusão, o deixar-se iludir, é fácil. A ilusão leva-nos a acreditar em quem não diz nada, seja porque fala de forma redonda e com com frases vazias de significado seja porque grita uma coisa e o seu contrário. Uns fazem-nos crer que são sensatos (quando não têm propostas) outros que são corajosos (quando não fazem ideia do que enfrentam). Os dois géneros são populistas. Uns são solenes, os outros são mais simples.
Portugal iludiu-se na convicção que José Sócrates era um primeiro-ministro extraordinário. Em 2016, iludiu-se que tinha virado a página da austeridade. A maioria quis acreditar nisso porque era porque perigoso não acreditar nisso. Não interessava se era verdade porque reconhecer que era mentira implicava questionar as escolhas que tinham sido feitas e isso seria muito, muito complicado. Metia medo. Não se deixar iludir é assustador.
Mais assustador que o actual estado em que se encontra o SNS. Mais do que não se conseguir comprar casa. Mais que o estado em que se encontram os serviços de protecção civil. Ou a Justiça. Ou a educação. Ou o sector dos transportes. Ou a imigração. Ou o estado das contas públicas que dependem do crescimento económico que assenta no turismo que precisa de imigrantes que o actual governo quer........