A máquina de criar privilegiados
Quando se tornou líder supremo da China, em 1978, Deng Xiaoping já sabia que o comunismo não funcionava. A sua experiência política também lhe ensinara que a mudança não podia ser total. Se por pragmatismo se por não desejar que o capitalismo se instalasse por inteiro na China inteira, Deng decidiu-se por implementar zonas económicas especiais. Regiões, cidades, onde vigorariam isenções fiscais, leis laborais e comerciais mais flexíveis e liberdade para a compra e venda de propriedades. A experiência correu bem nas zonas privilegiadas, apesar dos vários erros derivados da própria experiência decorrer de um planeamento centralizado e se conter nas suas premissas, o que está a originar problemas que a economia chinesa actualmente atravessa e que se vão intensificar no futuro.
Mas isso é assunto para outra crónica. O que pretendo realçar agora é a semelhança entre o raciocínio que conduziu às zonas económicas especiais chinesas e o que os governos portugueses usam para remediar uma estagnação que dura há 25 anos. Sendo certo e sabido que o nosso sistema........
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