Deixem o país trabalhar |
A greve geral de hoje não resulta de um bloqueio negocial, de uma queda nos rendimentos ou de um retrocesso de direitos. Resulta de uma escolha política. É a tentativa de transformar a rua numa segunda volta de uma disputa que a esquerda perdeu copiosamente nas urnas há uns meses. E é precisamente por isso que merece ser lida com rigor: não como expressão de um país em rutura ou convulsão, mas como expressão de forças que recusam aceitar que o país está finalmente a mudar. Uma greve política decidida pelas forças do imobilismo.
Portugal vive um ciclo que contraria a narrativa que sustenta esta paralisação. Em 2024, o país registou o maior aumento real dos rendimentos em toda a OCDE, 6.7%. Até ao terceiro trimestre deste ano, o aumento transversal do rendimento dos trabalhadores andou na casa dos 9%. O salário mínimo progride de forma sustentada. A economia regista um crescimento bem acima da média europeia, a que se soma a recente distinção pela The Economist, como a melhor economia do ano.........