Passos em volta

“Passos aparece de novo”, titulava ontem uma notícia do Observador. “Não há duas sem três”, começava por detalhar Miguel Santos Carrapatoso na abertura do texto, “Depois de ter apresentado o livro Identidade e Família e depois da entrevista a Maria João Avillez, no Observador, Pedro Passos Coelho fez uma nova aparição, desta vez no clube Rotário Parque das Nações”. Assim mesmo: “aparição”. Não se aponte o dedo ao autor pelo misticismo da terminologia – uma rápida vista de olhos pela imprensa mostra como esteve longe de ser caso único. A pedir responsabilidades que o façamos ao sujeito da história: o antigo primeiro-ministro que se tornou, por estilo ou substância, neste fenómeno. Uma presença que, de vez em quando, se encontra entre nós. Qualquer coisa entre a divindade e o OVNI. Um oráculo. Um espectro. Depois de anos de silêncio, entrou-se, ao que parece, numa época boa para os avistamentos de Passos. Para os encontros imediatos. Mas quais serão as suas intenções? Virá em paz ou planeia invadir? Não se sabe e o próprio não esclarece. Qualquer dia, arrisca-se a vir na secção de ciência.

É um estranho culto pelo oculto que tem a direita portuguesa. Não sei se já reparou. Os líderes da esquerda propõem-se sempre a tudo: todos querem ser........

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