Este fim-de-semana, o país vai a votos e decide-se o campeonato – e eu temo pela saúde de Nossa Senhora de Fátima. Bem sei que já não está viva, ou que está sempre viva, dependendo daquilo em que cada um acredite, mas, independentemente disso: e os nervos? Isto não pode ser bom para os nervos.

Todos os dias, todos os anos, Fátima recebe os pedidos de milhões de peregrinos – enfim, entendendo o conceito em sentido muito lato e que “ir a Fátima” já não signifique fazer 100 quilómetros a pé ou de joelhos, mas ir lá dar um pulo via auto-estrada, estacionar ao lado, acender uma vela, tomar um café e voltar para trás. Podia ser só o destino dos pagadores de promessas, dos que vão agradecer o que pediram e sentiram concretizado por intercessão da Virgem, mas não. Qual Fontana di Trevi à qual, em tempos, os visitantes ofereciam moedas para que, um dia, regressassem a Roma, e que hoje serve de poço dos desejos em geral, também o santuário ali para os lados de Ourém parece ter-se tornado numa espécie de grande lâmpada de Aladino, a quem se esfrega e pede com jeitinho as coisas mais extraordinárias.

Vão lá católicos, cristãos doutras ortodoxias, crentes doutras religiões, cépticos, descrentes e até crentes em coisa nenhuma. Gente que diz que, apesar de não acreditar, sente ali uma “energia”, um “misticismo”, como quem diz que não acredita em bruxas, mas lá que elas existem, existem. Sabiam lá os três pastorinhos que estavam a criar uma coisa new age… Centro de romaria para quem acredita em magia e para quem não acredita, mas, pelo sim,........

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