Em Agosto, um açoriano caminha para casa. É o cumprimento daqueles magníficos versos de Ruy Belo, com mais algum rigor espácio-temporal: “Mesmo que não conheças nem o mês nem o lugar / Caminha para o mar pelo Verão”. É um tempo de reencontro, de recomeço… e de um tipo se lembrar que é dono de duas companhias aéreas. Ou três.
Sim. Em princípio, você também é. Não estamos aqui entre pessoas quaisquer, não senhor; isto é conversa entre empresários da aviação, dois Howard Hughes da ocidental praia lusitana. Não se impressione com o descapotável do seu amigo, nem com o cargo de CEO-C-3PO Founder Specialist Strategist Little Buddha Analyst do seu cunhado. Eu e você somos doutro gabarito: donos da TAP, da SATA e da Azorean Airlines.
Eu sei. Uma pessoa em Portugal tem tanta coisa que até se esquece – televisões, bancos, companhias de transportes, distribuidoras de papel – mas garanto-lhe: tente comprar uma viagenzinha sentimental, dentro do nosso território e a bordo de um dos nossos aviões, e rapidamente tudo voltará à memória. Funciona assim: você tenta comprar um bilhete entre, por exemplo, Lisboa e a Ilha Terceira ou o Porto e São Miguel, pedem-lhe 400, 500, 600, 700, 800 euros, e instantaneamente você dirá: “então, mas eu não era dono desta m****?!”
Certo. Era e é.........