As lágrimas e os legos da esquerda moderna
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, o ser, a confiança e os métodos para lidar com as vitórias eleitorais de Donald Trump. Há oito anos, perante a apatia ou o entusiasmo das altas instâncias do Partido Democrata, milhares de derrotados saíram às ruas de diversas cidades americanas (e europeias), a fim de exibir descontentamento, berrar slogans, bloquear estradas e arrasar propriedade pública e privada. Em suma, o que os amotinados pretendiam era apenas “despertar consciências” e rejeitar os resultados das “presidenciais”, pelo que nada do que aconteceu pode ser comparado ao ataque à democracia perpetrado pelas dúzias de lunáticos que invadiram o Capitólio em 2021. A destruição civilizada de incontáveis automóveis e lojas é uma coisa. Desonrar o gabinete de Nancy Pelosi é outra.
Para o que aqui importa, importa notar que em 2024 não se passou nada de semelhante. Trump voltou a ganhar e nenhuma das reacções envolveu motins. A primeira reacção da Resistência consistiu em gravar vídeos para o TikTok e o Instagram. Há vídeos com criaturas a chorar, vídeos com criaturas a gritar, vídeos com criaturas a oferecer um ombro amigo, vídeos com criaturas a rapar o cabelo, vídeos com criaturas a garantir abstinência sexual, vídeos com criaturas a jurar abater a tiro os homens brancos que lhes aparecerem no caminho, vídeos com criaturas a pedir que o Mal caia em cima de todos os eleitores de Trump, etc. Isto lembra o início das cinco fases do luto, ou o Modelo de Kübler-Ross, filtrado pelos Monty Python. Ou o documentário “Titicut........
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