A greve geral, um espelho do país que temos de ultrapassar |
A greve geral convocada para 11 de dezembro pela CGTP surge como mais um episódio previsível, e até cansativo, da vida política portuguesa. Curiosamente, estas mobilizações de “paralisação total” ocorrem quase sempre, ou pelo menos com muito mais intensidade, sob governos do centro direita. Com executivos PSD ou PSD e CDS, a CGTP tem um histórico de greves gerais sucessivas, enquanto com governos PS a mesma central sindical se transforma numa entidade dócil que raramente convoca grandes protestos, mesmo quando os problemas estruturais do país se agravam. Este padrão revela um dado essencial, a extrema esquerda sindical não reage à realidade, reage ao governo. Tudo o que importa é o combate político, não o bem estar real dos trabalhadores. E é neste contexto que surge a contestação ao novo pacote laboral. Uma contestação alimentada por mitos que precisam de ser desmontados um a um.
Um dos mitos mais repetidos afirma que “esta reforma retira direitos”. Não é verdade. O que retira direitos é a estagnação económica, a fuga de jovens qualificados e a incapacidade de criar emprego estável e produtivo. O país que não cresce não consegue proteger ninguém. Portugal perdeu centenas de milhares de jovens para países mais livres, mais prósperos e mais........