Houve dois acontecimentos nos últimos dias que me deixaram muito feliz e com um sentimento de justiça. O primeiro, as buscas da GNR às empresas da família Gameiro da Silva (donos da Fabrioleo), que ainda há uns anos acusavam os denunciantes dos seus crimes hediondos de difamação e que agora muito provavelmente terão de explicar em tribunal a posse ilegal de 12 armas de fogo e 822 munições.

O segundo, a resposta da APA às perguntas colocada há seis meses atrás pelo presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas, em que confirma aquilo que todos os torrejanos sabem desde sempre: o rio é mesmo do povo e não da Renova, como alguns dos diretores desta empresa tiveram a lata de alegar na carta enviada ao nosso presidente da câmara, em vésperas da votação da petição “Pelo Melhoramento do acesso à Nascente do Rio Almonda”.

Foi também agradável verificar que há actores políticos que têm orgulho nestes acontecimentos e que aproveitaram todas as oportunidades que tiveram para os divulgar. Sentem a vitória como sendo sua, e é um sentimento genuíno de quem contribuiu activamente para que este fosse o desenrolar dos acontecimentos.

Contudo, o que estes acontecimentos têm de especial é a sua singularidade no mar da tendência das sociedades industriais de destruírem tudo o que as rodeia, inconscientes de que isso implicará também a sua própria destruição.

No caso concreto do município de Torres Novas, tivemos um executivo que abraçou a Fabrióleo naquilo que era um montado de sobreiros e que teve a lata de afirmar que 90% estava resolvido com quase tudo ainda por fazer. Ainda na reunião de câmara de 14 de Fevereiro, mostrou intenção de reforçar a aposta em acolher empresas de resíduos na zona norte do concelho (quem tem queixas com cheiros pode estar seguro que vieram para ficar). Um executivo que teve sempre uma postura leviana para a apropriação da nascente do rio Almonda e que ainda nada fez de concreto para cumprir a vontade do povo expressa na petição aprovada no dia 13 de Junho para melhorar aquele espaço. Que corta árvores cuja utilidade é fazer sombra no passeio que está a ser reabilitado. Que quer fazer piscinas com betão quando há já praias fluviais naturais espalhadas pelo concelho e pela cidade. Que tem uma reserva da biosfera a sul e um parque natural a norte e se arrisca a ter uma biodiversidade restrita a humanos, pombos e javalis. Um executivo em que o próprio vereador do ambiente colide com as árvores de forma inadvertida e cujo antecessor saiu destas funções para ser acolhido pela pedreira Filstone. Que vê o rio secar em 2012, 2019 e 2022 sem nenhuma preocupação em fazer cumprir o ciclo da água. Que continua a ser um exemplo da má gestão dos recursos hídricos e do seu desperdício através dos jardinzinhos e rotundas regadas intensivamente através de aspersores.

O progresso civilizacional para este executivo é expandir a todo o concelho a confluência de aromas que já é possível experienciar em vários pontos da cidade: o da comida de plástico e dos aterros. Esse plano não me cheira nada bem.

Houve dois acontecimentos nos últimos dias que me deixaram muito feliz e com um sentimento de justiça. O primeiro, as buscas da GNR às empresas da família Gameiro da Silva (donos da Fabrioleo), que ainda há uns anos acusavam os denunciantes dos seus crimes hediondos de difamação e que agora muito provavelmente terão de explicar em tribunal a posse ilegal de 12 armas de fogo e 822 munições.

O segundo, a resposta da APA às perguntas colocada há seis meses atrás pelo presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas, em que confirma aquilo que todos os torrejanos sabem desde sempre: o rio é mesmo do povo e não da Renova, como alguns dos diretores desta empresa tiveram a lata de alegar na carta enviada ao nosso presidente da câmara, em vésperas da votação da petição “Pelo Melhoramento do acesso à Nascente do Rio Almonda”.

Foi também agradável verificar que há actores políticos que têm orgulho nestes acontecimentos e que aproveitaram todas as oportunidades que tiveram para os divulgar. Sentem a vitória como sendo sua, e é um sentimento genuíno de quem contribuiu activamente para que este fosse o desenrolar dos acontecimentos.

Contudo, o que estes acontecimentos têm de especial é a sua singularidade no mar da tendência das sociedades industriais de destruírem tudo o que as rodeia, inconscientes de que isso implicará também a sua própria destruição.

No caso concreto do município de Torres Novas, tivemos um executivo que abraçou a Fabrióleo naquilo que era um montado de sobreiros e que teve a lata de afirmar que 90% estava resolvido com quase tudo ainda por fazer. Ainda na reunião de câmara de 14 de Fevereiro, mostrou intenção de reforçar a aposta em acolher empresas de resíduos na zona norte do concelho (quem tem queixas com cheiros pode estar seguro que vieram para ficar). Um executivo que teve sempre uma postura leviana para a apropriação da nascente do rio Almonda e que ainda nada fez de concreto para cumprir a vontade do povo expressa na petição aprovada no dia 13 de Junho para melhorar aquele espaço. Que corta árvores cuja utilidade é fazer sombra no passeio que está a ser reabilitado. Que quer fazer piscinas com betão quando há já praias fluviais naturais espalhadas pelo concelho e pela cidade. Que tem uma reserva da biosfera a sul e um parque natural a norte e se arrisca a ter uma biodiversidade restrita a humanos, pombos e javalis. Um executivo em que o próprio vereador do ambiente colide com as árvores de forma inadvertida e cujo antecessor saiu destas funções para ser acolhido pela pedreira Filstone. Que vê o rio secar em 2012, 2019 e 2022 sem nenhuma preocupação em fazer cumprir o ciclo da água. Que continua a ser um exemplo da má gestão dos recursos hídricos e do seu desperdício através dos jardinzinhos e rotundas regadas intensivamente através de aspersores.

O progresso civilizacional para este executivo é expandir a todo o concelho a confluência de aromas que já é possível experienciar em vários pontos da cidade: o da comida de plástico e dos aterros. Esse plano não me cheira nada bem.

“Todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem sido descobertas; o problema é descobri-las” - Galileu Galilei

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Três acontecimentos, na última semana, agitaram as consciências dos cidadãos portuguesas.

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QOSHE - Duas pequenas vitórias - Pedro Ferreira
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Duas pequenas vitórias

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04.03.2023

Houve dois acontecimentos nos últimos dias que me deixaram muito feliz e com um sentimento de justiça. O primeiro, as buscas da GNR às empresas da família Gameiro da Silva (donos da Fabrioleo), que ainda há uns anos acusavam os denunciantes dos seus crimes hediondos de difamação e que agora muito provavelmente terão de explicar em tribunal a posse ilegal de 12 armas de fogo e 822 munições.

O segundo, a resposta da APA às perguntas colocada há seis meses atrás pelo presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas, em que confirma aquilo que todos os torrejanos sabem desde sempre: o rio é mesmo do povo e não da Renova, como alguns dos diretores desta empresa tiveram a lata de alegar na carta enviada ao nosso presidente da câmara, em vésperas da votação da petição “Pelo Melhoramento do acesso à Nascente do Rio Almonda”.

Foi também agradável verificar que há actores políticos que têm orgulho nestes acontecimentos e que aproveitaram todas as oportunidades que tiveram para os divulgar. Sentem a vitória como sendo sua, e é um sentimento genuíno de quem contribuiu activamente para que este fosse o desenrolar dos acontecimentos.

Contudo, o que estes acontecimentos têm de especial é a sua singularidade no mar da tendência das sociedades industriais de destruírem tudo o que as rodeia, inconscientes de que isso implicará também a sua própria destruição.

No caso concreto do município de Torres Novas, tivemos um executivo que abraçou a Fabrióleo naquilo que era um montado de sobreiros e que teve a lata de afirmar que 90% estava resolvido com quase tudo ainda por fazer. Ainda na reunião de câmara de 14 de Fevereiro, mostrou intenção de reforçar a aposta em acolher empresas de resíduos na zona norte do concelho (quem tem queixas com cheiros pode estar seguro que vieram para ficar). Um executivo que teve sempre uma postura leviana para a apropriação da nascente do rio Almonda e que ainda nada fez de concreto para cumprir a vontade do povo expressa na petição aprovada no dia 13 de Junho para melhorar aquele espaço. Que corta árvores cuja utilidade é fazer sombra no passeio que está a ser reabilitado. Que quer fazer piscinas com betão quando há já praias fluviais naturais espalhadas pelo concelho e pela cidade. Que tem uma reserva da biosfera a sul e........

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