“Todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem sido descobertas; o problema é descobri-las” - Galileu Galilei

À porta da Escola Manuel de Figueiredo existe uma placa destinada a satisfazer a curiosidade do cidadão que deseje conhecer alguns dados biográficos sobre este ilustre antepassado torrejano. Pode ler-se o seguinte. “(...) era seguidor do geocentrismo, como a maior parte dos seus contemporâneos, herdeiros das conceções aristotélicas e ptolemaicas, as únicas aceites pela Igreja e que se mantiveram dominantes até ao século XVIII”. Ora, aqui há imprecisões que convém aclarar. Para já, a Igreja manteve alguma ambiguidade para lá do séc. XVIII relativamente esta matéria. Também não é certo que o geocentrismo fosse dominante até ao século XVIII, nem que fosse seguido pela maior parte dos contemporâneos de Manual de Figueiredo. Arrisco mesmo uma dúvida: seria o próprio Manual Figueiredo um convicto seguidor da cosmogonia ptolemaica?

A elucidação

E pur si muove, Galileu Galilei

A Igreja manteve, como dogma de fé, o conceito ptolemaico aristotélico até o século XVIII, mais concretamente até 1758. Mas só em 1822, sendo Papa Pio VII, se decidiu a remeter o geocentrismo em definitivo para o lixo e apenas em 1992 João Paulo II reconheceu que Galileu fora injustamente condenado pela Inquisição.

Contudo, a verdade é que o geocentrismo deixou de ter seguidores, entre aquilo a que podemos chamar de comunidade científica, nas primeiras décadas do Séc. XVII, século e meio antes de o Vaticano desistir de o impor como verdade incontestável.

O dogma do geocentrismo sofreu um primeiro abanão com os estudos dum cónego polaco, de seu nome Nicolau Copérnico, que em 1515 dá início à escrita de “De Revolutionibus”, que só em 1543 será publicada na integra, acompanhada do anexo “Orbium coelestium”. Esta obra marca o início dum tumultuoso processo que poderemos apelidar de ocaso do geocentrismo e que foi caraterizado por um paroxismo de ambiguidades cómicas. Na Europa daqueles tempos, a religião condicionava de modo absoluto o pensar em todos os domínios e, portanto, não eram toleradas teorias contrárias às expressas pelas verdades reveladas. Porém, era manifesto que a teoria de Copérnico explicava melhor os dados da observação, mesmo na opinião dos eclesiásticos ilustrados. O conflito foi (pretensamente!) resolvido com habilidade bizarramente salomónica: a verdade era a proclamada pelo Vaticano (geocentrismo), mas o heliocentrismo era aceite como um jogo intelectual interessante (embora errado!) e podia ser usado para fins práticos, (embora fosse falso)! Uma dissociação cognitiva semelhante ao conceito da “ditadura democrática popular” de Mao Tzé Tung.

Como seria de calcular, esta trapalhada era intelectualmente instável e com o tempo a teoria geocêntrica foi ficando insustentável. Outros players (como os chamaríamos hoje em dia) foram fazendo pender a balança a favor da visão científica. Entre eles temos teólogos Giordano Bruno (cuja frontalidade o conduziu à fogueira) e Nicolau de Cusa (que chegou a cardeal) e astrónomos-matemáticos (Tycho Brahe e, sobretudo, Johannes Kepler e Galileu Galilei).

Kepler publica, entre 1597 e 1621, obras que limam arestas no modelo de Copérnico e robustecem a coerência do paradigma heliocêntrico.

Mas será Galileu Galilei o grande responsável por pregar os últimos pregos no caixão do geocentrismo. A partir de 1610 dá a conhecer o resultado das suas observações astronómicas, proporcionadas pelo recém inventado telescópio, que comprovaram inequivocamente a justeza do heliocentrismo de Copérnico e Kepler.

“Revolutionibus” torna-se demasiado perigoso para a fação dos eclesiásticos fundamentalistas, que conseguem a sua proibição em 1616. A confusão instala-se no Vaticano, dividido entre os príncipes da Igreja, intelectuais admiradores dos progressos do conhecimento, e os fanáticos que instauram processo a Galileu em 1615. Este, apesar da perseguição que a Inquisição lhe vai movendo, consegue passar entre os pingos da chuva até 1632, ano em que publica “Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo”, diatribe anti-ptolemaica, irreverente, que desacredita por completo o paradigma geocêntrico. Foi nesta obra radical que o Santo Ofício descortinou insolência e encontra uma oportunidade para levar Galileu a tribunal, onde é condenado a prisão perpétua (comutada em prisão domiciliária) por heresia. A talhe de foice, refira-se um curioso (e talvez significativo) detalhe: do coletivo de dez (!) juízes-inquisidores, três não assinaram o acórdão de condenação. No entanto, poderá dizer-se que 1632 marca o fim das meias tintas no seio do Vaticano, bem como o eclipse dos sacerdotes partidários do iluminismo, que durará mais dum século. A Igreja enverada pelo caminho do obscurantismo e empenha-se numa cruzada contra a inovação científica e o livre pensamento.

Apesar do anátema eclesiástico, o heliocentrismo, comprovado pelas descobertas do ilustre toscano, assentou arraiais definitivamente entre os sábios da altura, como o demonstra David Watton em “A Invenção da Ciência”. Os livros de texto de astronomia adotados em todas as universidades europeias baseavam-se naturalmente no geocentrismo. Curiosamente, as reedições destes compêndios (“Thactatus da sphaera”, escrito em meados do Sec. XIII por João Sacrobosco, e “Theoricae novae planetarum”, de Greorg Peuerbach, publicado em 1454) caíram a pique após a primeira década dos anos 1600, coincidindo com a divulgação dos conhecimentos proporcionadas pelo telescópico de Galileu. Não obstante a profunda influência que a religião exercia na Europa de então, a comunidade científica emancipou-se das grilhetas do fanatismo cristão e adquiriu a independência intelectual, dissociando fé e conhecimento.



“Todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem sido descobertas; o problema é descobri-las” - Galileu Galilei

À porta da Escola Manuel de Figueiredo existe uma placa destinada a satisfazer a curiosidade do cidadão que deseje conhecer alguns dados biográficos sobre este ilustre antepassado torrejano. Pode ler-se o seguinte. “(...) era seguidor do geocentrismo, como a maior parte dos seus contemporâneos, herdeiros das conceções aristotélicas e ptolemaicas, as únicas aceites pela Igreja e que se mantiveram dominantes até ao século XVIII”. Ora, aqui há imprecisões que convém aclarar. Para já, a Igreja manteve alguma ambiguidade para lá do séc. XVIII relativamente esta matéria. Também não é certo que o geocentrismo fosse dominante até ao século XVIII, nem que fosse seguido pela maior parte dos contemporâneos de Manual de Figueiredo. Arrisco mesmo uma dúvida: seria o próprio Manual Figueiredo um convicto seguidor da cosmogonia ptolemaica?

A elucidação

E pur si muove, Galileu Galilei

A Igreja manteve, como dogma de fé, o conceito ptolemaico aristotélico até o século XVIII, mais concretamente até 1758. Mas só em 1822, sendo Papa Pio VII, se decidiu a remeter o geocentrismo em definitivo para o lixo e apenas em 1992 João Paulo II reconheceu que Galileu fora injustamente condenado pela Inquisição.

Contudo, a verdade é que o geocentrismo deixou de ter seguidores, entre aquilo a que podemos chamar de comunidade científica, nas primeiras décadas do Séc. XVII, século e meio antes de o Vaticano desistir de o impor como verdade incontestável.

O dogma do geocentrismo sofreu um primeiro abanão com os estudos dum cónego polaco, de seu nome Nicolau Copérnico, que em 1515 dá início à escrita de “De Revolutionibus”, que só em 1543 será publicada na integra, acompanhada do anexo “Orbium coelestium”. Esta obra marca o início dum tumultuoso processo que poderemos apelidar de ocaso do geocentrismo e que foi caraterizado por um paroxismo de ambiguidades cómicas. Na Europa daqueles tempos, a religião condicionava de modo absoluto o pensar em todos os domínios e, portanto, não eram toleradas teorias contrárias às expressas pelas verdades reveladas. Porém, era manifesto que a teoria de Copérnico explicava melhor os dados da observação, mesmo na opinião dos eclesiásticos ilustrados. O conflito foi (pretensamente!) resolvido com habilidade bizarramente salomónica: a verdade era a proclamada pelo Vaticano (geocentrismo), mas o heliocentrismo era aceite como um jogo intelectual interessante (embora errado!) e podia ser usado para fins práticos, (embora fosse falso)! Uma dissociação cognitiva semelhante ao conceito da “ditadura democrática popular” de Mao Tzé Tung.

Como seria de calcular, esta trapalhada era intelectualmente instável e com o tempo a teoria geocêntrica foi ficando insustentável. Outros players (como os chamaríamos hoje em dia) foram fazendo pender a balança a favor da visão científica. Entre eles temos teólogos Giordano Bruno (cuja frontalidade o conduziu à fogueira) e Nicolau de Cusa (que chegou a cardeal) e astrónomos-matemáticos (Tycho Brahe e, sobretudo, Johannes Kepler e Galileu Galilei).

Kepler publica, entre 1597 e 1621, obras que limam arestas no modelo de Copérnico e robustecem a coerência do paradigma heliocêntrico.

Mas será Galileu Galilei o grande responsável por pregar os últimos pregos no caixão do geocentrismo. A partir de 1610 dá a conhecer o resultado das suas observações astronómicas, proporcionadas pelo recém inventado telescópio, que comprovaram inequivocamente a justeza do heliocentrismo de Copérnico e Kepler.

“Revolutionibus” torna-se demasiado perigoso para a fação dos eclesiásticos fundamentalistas, que conseguem a sua proibição em 1616. A confusão instala-se no Vaticano, dividido entre os príncipes da Igreja, intelectuais admiradores dos progressos do conhecimento, e os fanáticos que instauram processo a Galileu em 1615. Este, apesar da perseguição que a Inquisição lhe vai movendo, consegue passar entre os pingos da chuva até 1632, ano em que publica “Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo”, diatribe anti-ptolemaica, irreverente, que desacredita por completo o paradigma geocêntrico. Foi nesta obra radical que o Santo Ofício descortinou insolência e encontra uma oportunidade para levar Galileu a tribunal, onde é condenado a prisão perpétua (comutada em prisão domiciliária) por heresia. A talhe de foice, refira-se um curioso (e talvez significativo) detalhe: do coletivo de dez (!) juízes-inquisidores, três não assinaram o acórdão de condenação. No entanto, poderá dizer-se que 1632 marca o fim das meias tintas no seio do Vaticano, bem como o eclipse dos sacerdotes partidários do iluminismo, que durará mais dum século. A Igreja enverada pelo caminho do obscurantismo e empenha-se numa cruzada contra a inovação científica e o livre pensamento.

Apesar do anátema eclesiástico, o heliocentrismo, comprovado pelas descobertas do ilustre toscano, assentou arraiais definitivamente entre os sábios da altura, como o demonstra David Watton em “A Invenção da Ciência”. Os livros de texto de astronomia adotados em todas as universidades europeias baseavam-se naturalmente no geocentrismo. Curiosamente, as reedições destes compêndios (“Thactatus da sphaera”, escrito em meados do Sec. XIII por João Sacrobosco, e “Theoricae novae planetarum”, de Greorg Peuerbach, publicado em 1454) caíram a pique após a primeira década dos anos 1600, coincidindo com a divulgação dos conhecimentos proporcionadas pelo telescópico de Galileu. Não obstante a profunda influência que a religião exercia na Europa de então, a comunidade científica emancipou-se das grilhetas do fanatismo cristão e adquiriu a independência intelectual, dissociando fé e conhecimento.



Três acontecimentos, na última semana, agitaram as consciências dos cidadãos portuguesas.

Um, mundial, o do primeiro ano da invasão da Ucrânia pela Rússia, que levou ao seu repúdio na passada quinta-feira, 23 de Fevereiro, na Assembleia Geral da ONU: 141 a favor duma moção contra a agressão, 32 abstenções e 7 votos contra, incluindo, naturalmente, o agressor.
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Finalmente aconteceu alguma coisa. Um episódio novo no caso Fabrióleo. Afinal a sinusite não desculpa tudo e o cheiro nauseabundo faz-se sentir inequivocamente. A ponto de aparecer a polícia, alheia como é hábito, a perguntar aos transeuntes e mirones curiosos: “O que é que se passa? Mas o que é que se passa? Hum?” Numa espécie de remake da adaptação teatral de Dinis Machado, “O que diz Molero”.
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Descobre-se, ao olhar a comunicação social, que o país é composto praticamente por proprietários de casas devolutas e por donos de casas utilizadas para alojamento local. O alarido perante a iniciativa governamental relativa à habitação diz muito da comunicação social, mas muito pouco sobre o país.
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Uma centena de metros depois de sair de casa para apanhar o Expresso das 6.30 para Lisboa, noite cerrada, passo por um homem que anda a passear o cão quando o resto da cidade ainda dorme. Conheço-o de vista, passo muitas vezes por ele, mas desta vez cumprimentamo-nos com um “Bom dia”.
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Têm-se sucedido, sem parança, escritos aqui e ali, agora repisados pelas chamadas redes sociais, onde se repetem intrujices sobre a história de Torres Novas que exercem o efeito nefasto de enganar os incautos e de deformar as cabecinhas, principalmente da gente mais nova, doutrinada com uma série patetices que alguns pensam tratar-se de História.
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A requalificação do Jardim da Praça do Império, de Lisboa, e, especificamente, os brasões das províncias ultramarinas em pedra abrem nova frente de conflito entre direita e esquerda. Não é indiferente dizer província ultramarina ou colónia.
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A mãe entra na cozinha e nota imediatamente o assalto perpetrado ao bolo de chocolate saído do forno uns minutos antes, do qual resta apenas metade. Procura a única outra pessoa presente em casa nessa altura, o filhote de 5 anos, encontra-o no seu quarto a brincar e, com ar severo, pergunta-lhe quem comeu a metade que falta no bolo.
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A grande manifestação dos professores, em 11 de Fevereiro, na cidade de Lisboa, veio demonstrar que a degradação da sua situação profissional criou uma unidade de protesto com reinvindicações unânimes e a consciência da conquista da rua como o local que fustiga com virulência a surdez autista da governança.
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Manuel de Figueiredo I - acácio gouveia

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04.03.2023

“Todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem sido descobertas; o problema é descobri-las” - Galileu Galilei

À porta da Escola Manuel de Figueiredo existe uma placa destinada a satisfazer a curiosidade do cidadão que deseje conhecer alguns dados biográficos sobre este ilustre antepassado torrejano. Pode ler-se o seguinte. “(...) era seguidor do geocentrismo, como a maior parte dos seus contemporâneos, herdeiros das conceções aristotélicas e ptolemaicas, as únicas aceites pela Igreja e que se mantiveram dominantes até ao século XVIII”. Ora, aqui há imprecisões que convém aclarar. Para já, a Igreja manteve alguma ambiguidade para lá do séc. XVIII relativamente esta matéria. Também não é certo que o geocentrismo fosse dominante até ao século XVIII, nem que fosse seguido pela maior parte dos contemporâneos de Manual de Figueiredo. Arrisco mesmo uma dúvida: seria o próprio Manual Figueiredo um convicto seguidor da cosmogonia ptolemaica?

A elucidação

E pur si muove, Galileu Galilei

A Igreja manteve, como dogma de fé, o conceito ptolemaico aristotélico até o século XVIII, mais concretamente até 1758. Mas só em 1822, sendo Papa Pio VII, se decidiu a remeter o geocentrismo em definitivo para o lixo e apenas em 1992 João Paulo II reconheceu que Galileu fora injustamente condenado pela Inquisição.

Contudo, a verdade é que o geocentrismo deixou de ter seguidores, entre aquilo a que podemos chamar de comunidade científica, nas primeiras décadas do Séc. XVII, século e meio antes de o Vaticano desistir de o impor como verdade incontestável.

O dogma do geocentrismo sofreu um primeiro abanão com os estudos dum cónego polaco, de seu nome Nicolau Copérnico, que em 1515 dá início à escrita de “De Revolutionibus”, que só em 1543 será publicada na integra, acompanhada do anexo “Orbium coelestium”. Esta obra marca o início dum tumultuoso processo que poderemos apelidar de ocaso do geocentrismo e que foi caraterizado por um paroxismo de ambiguidades cómicas. Na Europa daqueles tempos, a religião condicionava de modo absoluto o pensar em todos os domínios e, portanto, não eram toleradas teorias contrárias às expressas pelas verdades reveladas. Porém, era manifesto que a teoria de Copérnico explicava melhor os dados da observação, mesmo na opinião dos eclesiásticos ilustrados. O conflito foi (pretensamente!) resolvido com habilidade bizarramente salomónica: a verdade era a proclamada pelo Vaticano (geocentrismo), mas o heliocentrismo era aceite como um jogo intelectual interessante (embora errado!) e podia ser usado para fins práticos, (embora fosse falso)! Uma dissociação cognitiva semelhante ao conceito da “ditadura democrática popular” de Mao Tzé Tung.

Como seria de calcular, esta trapalhada era intelectualmente instável e com o tempo a teoria geocêntrica foi ficando insustentável. Outros players (como os chamaríamos hoje em dia) foram fazendo pender a balança a favor da visão científica. Entre eles temos teólogos Giordano Bruno (cuja frontalidade o conduziu à fogueira) e Nicolau de Cusa (que chegou a cardeal) e astrónomos-matemáticos (Tycho Brahe e, sobretudo, Johannes Kepler e Galileu Galilei).

Kepler publica, entre 1597 e 1621, obras que limam arestas no modelo de Copérnico e robustecem a coerência do paradigma heliocêntrico.

Mas será Galileu Galilei o grande responsável por pregar os últimos pregos no caixão do geocentrismo. A partir de 1610 dá a conhecer o resultado das suas observações astronómicas, proporcionadas pelo recém inventado telescópio, que comprovaram inequivocamente a justeza do heliocentrismo de Copérnico e Kepler.

“Revolutionibus”........

© Jornal Torrejano


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