Ronaldo, o Rei das arábias

A ida de Cristiano Ronaldo à Casa Branca, integrado na comitiva da Arábia Saudita, contribuiu para um coro de críticas, havendo mesmo quem tenha sugerido que o capitão da seleção nacional passe a jogar na equipa nacional do petróleo. É tudo tão ridículo que é difícil argumentar contra tais pensamentos.

É certo que Cristiano Ronaldo juntou-se a duas figuras que muitos odeiam, Donald Trump e Mohammed bin Salman, o manda-chuva no país onde Ronaldo joga. Salman tem ainda a particularidade de ter sido acusado de ter ordenado a morte de um jornalista há uns anos. Não tenho pelas duas criaturas qualquer simpatia, bem pelo contrário, mas Portugal não tem negócios com os Estados Unidos da América e com a Arábia Saudita? Alguma vez se disse o mesmo dos políticos portugueses, e não só, que receberam ou foram visitar Kadafi, Chávez, Fidel Castro, Putin ou outros ditadores, nomeadamente africanos? Não creio.

Mohammed bin Salman não é, seguramente, o único político que tem as mãos sujas de sangue – Putin, além dos crimes de guerra, gosta de testar adversários para saber se eles têm asas… –, e, sabe-se, está a fazer uma abertura no seu país sem precedentes. As mulheres já podem conduzir, os costumes estão mais brandos e muitos ocidentais conseguem perfeitamente viver na Arábia Saudita, desde que não bebam álcool. Para essa........

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