Olivença é nossa
Nuno Melo, a quem foi oferecida a pasta da Defesa Nacional, resolveu fazer prova de vida e, aproveitando-se de uma cerimónia militar a que presidiu perto da fronteira terrestre com os nossos vizinhos espanhóis, veio levantar uma questão há muito adormecida, a da propriedade de Olivença, reivindicando para Portugal a sua posse.
Como seria de esperar, um coro de vozes de protesto por esta sua ousadia fizeram-se ouvir um pouco por todo o lado, sendo que a maior ressonância ecoou junto das hostes em que habitam todas as esquerdas.
À direita ouviu-se apenas silêncio, em particular dentro do governo, que se recusou a manifestar qualquer tipo de solidariedade com as palavras proferidas por um dos seus.
Para a generalidade da imprensa, suportada pelos habituais comentadeiros da nossa praça, o grito de Melo mais não passou do que um acto irresponsável e hostil para com um país com quem queremos manter as melhores relações diplomáticas, exigindo-se uma pesada reparação por parte do poder executivo.
Discutiu-se tudo, excepto o essencial, ou seja, a legitimidade de Portugal em reclamar uma parcela do seu território, assim reconhecida pelo direito internacional a que todos os países estão vinculados.
Na verdade, Melo limitou-se a difundir aquela que é, e sempre foi, a posição oficial do Estado português, ou seja, a de que Olivença é pertença de Portugal, estando a ser abusivamente ocupada por Espanha, à revelia das convenções estabelecidas........
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