A propósito de um inquérito do Ministério da Saúde lançado (aparentemente em má hora para o Governo) sobre a menstruação, a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, declarou-se a favor do uso de uma linguagem «neutra» nas questões de ‘género’.
E qual era essa linguagem ‘neutra’ a que a ministra se referia? Era o uso da expressão «pessoas que menstruam» para designar as mulheres.
A explicação podia ser o facto de haver muitas mulheres já fora da idade menstrual ou que não menstruam por razões de saúde.
Mas não.
A explicação foi que é necessário usar nestas questões uma linguagem que tenha em conta a identidade de género: há pessoas que menstruam e que não ‘se sentem’ mulheres e outras que não menstruam mas ‘se sentem’ mulheres.
Desenvolvo este tema na crónica Viver para Contar, e aqui falo exclusivamente da sua dimensão política.
Como é natural, o assunto ganhou rapidamente repercussão mediática, a ministra da Saúde foi chamada a pronunciar-se mas pôs-se de fora, e quem veio dar o peito às balas foi a ministra da Juventude, defendendo o uso da tal linguagem........