Presépio
Lembro-me dos tempos não muito distantes em que árvores de Natal e presépios conviviam no espaço público. As primeiras, talvez com origens pagãs, com cunho mais secular; os segundos, evocativos do significado cristão da data, mais carregados religiosamente. A convivência parece agora difícil. O presépio não apareceu junto da árvore de Natal no Parlamento, nem na Reitoria da minha Universidade, nem, julgo, em qualquer edifício público. Portugal é um estado laico, argumenta-se. Portugal é agora uma sociedade multicultural que acolhe muitos não-cristãos, reforçam outros. Mas, então, pergunto, porquê comemorar sequer o Natal? Porquê os feriados oficiais? O que acharão que se está a comemorar? Será apenas uma questão de tradição, uma tradição arcaica que o tempo tornou anacrónica?
Não tenho a graça da Fé. Ser........
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