A Semana (27 de setembro a 1 de outubro) |
SÁBADO, 27
Impresa italiana
O ECO (a fazer um excelente trabalho sobre o tema) noticiou que existem negociações entre a família Balsemão e o grupo de comunicação social italiano MFE (fundado por Berlusconi) para a venda de uma posição maioritária do grupo Impresa. Há muito que se sabia das dificuldades financeiras do grupo Impresa, com uma dívida enorme e com
prejuízos anuais.
Antes de mais, é uma boa notícia. Investimento estrangeiro é sempre positivo, e neste caso ainda mais porque estamos a falar de um dos maiores grupos europeus de comunicação social. Além disso, o Expresso e a SIC são marcas históricas portuguesas que merecem ser salvas.
Há, no entanto, um ponto essencial. Quando se compra uma empresa próxima da falência, como a Impresa, é necessário levar a cabo uma restruturação financeira, negociação da dívida, redução de custos, e outras medidas contabilísticas. Mas o restabelecimento da saúde financeira não é suficiente. Também é necessário melhorar o produto, neste caso os serviços, que a empresa vende ao mercado. Caso contrário, a recuperação não será possível, mesmo que numa fase inicial se equilibre as contas públicas.
Ou seja, para recuperar completamente, o grupo Impresa terá que oferecer novos serviços, de maior qualidade, e que aumente os consumidores dos seus serviços. A degradação da qualidade do Expresso e da SIC, sobretudo no tratamento da política, também explica a quase falência do grupo Impresa. Seria um erro considerar que se cometeram apenas erros de gestão. Se o jornalismo vendido pelo Expresso e pela SIC continuar igual, não haverá........