É absolutamente natural que o PPE, forte da sua indiscutível vitória nas eleições para o Parlamento Europeu, queira apresentar como ‘resolvida’ a questão da Presidência da Comissão Europeia.
A própria Spitzencandidate, Úrsula von der Leyen, quiz aparecer na noite eleitoral com um manto de seráfica humildade vencedora, apostando no ‘centrão’ formado pelo PPE, pelos socialistas e os liberais, mesmo rejeitando por um lado os verdes e a extrema esquerda (em que tantas vezes se apoiou no atual mandato) e, por outro, o recente namoro com a extrema direita (que lhe valeu valente puxão de orelhas público do chanceler do seu país em véspera das eleições).
Mas ela sabe, melhor que ninguém, que nada é mais inseguro. Mencionemos apenas 6 razões concretas:
– Primeiro, tem que ser proposta e aprovada no Conselho Europeu, onde, se é certo que o PPE tem metade dos Chefes de Estado e de Governo, representam apenas cerca de 30% da população. Dos grandes Estados-membros, só a Polónia, cujo Governo é agora apelidado, se calhar corretamente, de centro-esquerda!
– Depois, não são poucos os membros do Conselho que não se revêm, menos aceitam, a designação prévia de Spitzencandidates, em flagrante violação........