Lições de moral angolanas
Deve haver poucas coisas mais desafiantes à tranquilidade humana que ouvir um evangelho moralista da boca de alguém que muito dificilmente pode ser considerado um evangelista. E o discurso de João Lourenço na cerimónia do quinquagésimo aniversário da independência de Angola prefigura uma dessas estranhas e incómodas situações.
«Mal tínhamos acabado de vencer o colonialismo português que nos oprimiu e escravizou durante séculos», disse o presidente angolano, «tivemos de imediato de enfrentar o regime retrógrado do Apartheid, que representava uma ameaça permanente aos povos da África Austral e de Angola em particular». Por isto, continuou, «[c]orremos o sério risco de ser colonizados duas vezes num tão curto espaço de tempo». Não negando o colonialismo português nem a crueldade do apartheid sul-africano – são factos históricos –, quem ouve o discurso de João Lourenço sem entender o contexto do país desde a independência poderá pensar que está perante uma versão angolana de Nelson Mandela. Mas, e para benefício dos mais distraídos,........





















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