O Matuto e o Nariz
O Matuto sempre teve uma relação difícil com o seu nariz. Causa de maleitas várias, desde alergias a gripes comuns, o nariz Matutino nunca foi muito ágil. Por exemplo, a gentil esposa do Matuto, Dona Sirlei, comenta que o ar cheira a jasmim, que o bouquet do vinho lembra frutas vermelhas, que o leite cheira a estragado… Enfim, uma miríade de aromas que o Matuto não frequenta. Se houvesse uma Pantone de cheiros (tal como existe para as cores), Dona Sirlei seria a sua inventora.
Mas, adiante que se faz tarde. Um dia destes estava o Matuto e a sua gentil esposa, Dona Sirlei, na fila (essa da bicha já foi chão que deu uvas!) dum café da cidade que tão gentilmente acolheu o Matuto no seu seio, para pagar a conta. À frente na fila, um casal jovem. Bonitinhos. Modernos. Aí, ele diz: “você paga!?”. Ela responde indignada: “o seu nariz!” O Matuto ficou impressionado com a violência da resposta. Ainda mais impressionado ficou o Matuto pelo que pode ler nas entrelinhas: certamente que esta moça moderna tinha valores que incluíam a ideia de cavalheirismo. O homem ainda paga a conta do café e ainda abre a porta do carro e ainda deixa a dama passar à sua frente. Huuummm – matuta o Matuto. Tudo isto num simples “o........
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