Entre a coragem de sair e o conforto de ficar

Nos últimos meses, a condução política do Ministério da Saúde tem sido marcada por uma inquietante sensação de paralisia. A atual ministra, Ana Paula Martins, parece ter adotado uma postura excessivamente prudente, quase contemplativa, perante a sucessão de crises que abalam o Serviço Nacional de Saúde (SNS). A cada nova greve, a cada encerramento de urgências, a cada denúncia de falta de médicos ou enfermeiros, o país espera por uma resposta firme e esclarecedora. Mas a resposta tarda e quando surge, é frequentemente vaga, conciliatória, ou diluída em comissões e grupos de trabalho que pouco mudam no terreno.

Não se trata de exigir milagres a quem assume uma pasta tradicionalmente ingrata, onde os problemas são estruturais e acumulados. Trata-se, antes, de questionar a ausência deliderança política. Ana Paula Martins entrou para o Governo com uma imagem técnica e competente, no entanto,........

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