Em tempos de forma envergonhada, recentemente de forma aberta, ouve-se criticar a meritocracia como inimiga da igualdade. Começo por notar que esta crítica assenta numa premissa completamente utópica, a saber, que é possível, com muito sangue, suor e lágrimas, criar um mundo perfeito – um mundo sem injustiças nem outros defeitos, em que todos, mas todos, viveriam em pé de igualdade, sem distinção de classes, de status, profissionais ou outras ainda. Nunca houve, nem jamais haverá, um mundo assim: a História está pejada de injustiças e sofrimento, e assim continuará. Ele houve progressos assinaláveis, sem dúvida, mas tal não deve induzir-nos na crença de que o progresso continuará indefinidamente até à realização da Utopia.
Na contemporaneidade, a Utopia chamou-se comunismo e realizou-se na União........