“Falam, falam, mas não os vejo a fazer nada” |
Vivemos num Mundo em aceleração permanente, onde se redesenham blocos de poder, cadeias estratégicas e equilíbrios geopolíticos. E, no entanto, Portugal continua preso a debates menores: uma negociação orçamental sem ambição (OE26), uma campanha presidencial antecipada e fraca, e uma sucessão interminável de polémicas irrelevantes que ocupam o espaço público sem oferecer soluções.
A democracia exige pluralismo, claro. Mas exige também comando, responsabilidade e capacidade de decidir. Sem liderança, transforma-se num sistema onde todos falam, mas ninguém age. É precisamente esta ausência de acção que tem empurrado Portugal para uma posição cada vez mais periférica, dependente, endividada, vulnerável e incapaz (um cenário que recorda a “exiguidade”, a “exogeneidade” e o “protectorado” tantas vezes descritos pelo Prof. Adriano Moreira).
Convém recordar que, apesar de todas as críticas ao “papão” Estado Novo, Portugal teve em momentos-chave, sentido estratégico: a força da neutralidade antes, durante e após II Guerra Mundial; o papel central na fundação da NATO em 1949 (com assinatura do meu tio Pedro Theotónio-Pereira), da OECE e entrada nas Nações Unidas em 1955; ou o facto de ter sido o único país cujos territórios ultramarinos ficaram inicialmente excluídos da vaga global da........