Eutanásia?!

Eutanásia?!

Eutanásia?!

Isabel Galriça Neto 23/01/2024 14:54

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Os prazos propostos são irrealistas, pouco seguros, a fiscalização efectiva não está assegurada. É um texto também revelador de falta de conhecimento concreto sobre a triste realidade dos países onde leis semelhantes já são aplicadas – como no caso do Canadá, em que as razões sociais, como a pobreza, não ter casa ou cuidados de saúde já servem para invocar a realização da eutanásia.

Ao longo dos últimos 10 anos fomos assistindo no nosso país a um processo orquestrado para nos fazer crer que a eutanásia era algo imprescindivel no nosso quotidiano, “uma morte medicamente assistida”, um tratamento médico, que era uma “morte digna”, um direito humano – afinal, como se houvesse um dever de matar se isso se fizer a pedido de um terceiro. Através do recurso sistemático a eufemismos e da escolha deliberada de certas palavras, através da associação a uma pretensa modernidade, foi-se branqueando a natureza essencial do acto – a execução da morte de alguém – e fêz-se crer aos nossos concidadãos que esta era a solução para casos supostamente excepcionais.

No processo parlamentar que teve lugar nos últimos anos, com chumbos e várias insistencias de novas iniciativas legislativas, os peritos e as várias Ordens profissionais ouvidas foram-se pronunciando de forma clara, opondo-se globalmente às várias versões apresentadas. Através de subterfugios e alguns contorcionismos mais ou menos opacos, a maioria dos deputados sobrepôs-se a esses colectivos, à sua opinião balizada e ponderada, e chegou a uma versão final que em muito se afasta do que inicialmente se discutia.

A versão aprovada da lei, publicada em 2023, tem contornos imprecisos, privilegia o suicidio assistido, alarga em muito........

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