“Amigo Oculto: quando o presente maior é ser visto” |
Todos os anos, o Amigo Oculto regressa às empresas como um ritual aparentemente inocente: sorteia-se o nome de um colega e tenta-se escolher um presente para alguém com quem se convive, mas que na realidade se pode conhecer pouco. E é precisamente aqui que reside a metáfora central.
O jogo assenta num exercício permanente de adivinhação — perceber gostos, preferências e necessidades com base em sinais mínimos. A verdade incómoda é que muitas organizações funcionam exatamente assim todos os dias: profissionais que trabalham lado a lado sem se conhecerem verdadeiramente, interpretando comportamentos de forma fragmentada e construindo rótulos com base em perceções rápidas.
Na psicologia do trabalho, isto corresponde ao fenómeno do conhecimento reduzido do outro. Falamos de relações profissionais sustentadas em inferências pouco fiáveis, enviesamentos cognitivos e baixa consciência relacional. Um colaborador mais silencioso num dia de maior pressão........