A crónica de um recuo anunciado: o dia em que Bruxelas admitiu o inevitável

«A Europa não precisa de metas impressionantes, precisa de metas que resultem.»

Nenhuma dúvida tenho de que um dos maiores desígnios da nossa geração é garantir que as gerações dos nossos filhos e netos encontrem um planeta habitável. Mas acreditar nesse objetivo não implica aceitar metas mal calibradas ou caminhos tecnicamente frágeis e inverosímeis. Como escrevi recentemente, «o compromisso ambiental é inegociável, mas a estratégia para o concretizar não pode ignorar a realidade». A decisão agora conhecida da Comissão Europeia confirma exatamente isso.

O recuo de Bruxelas na proibição total dos motores de combustão a partir de 2035 — substituindo-a por uma redução de 90% face aos níveis de 2021 — representa uma mudança profunda na política climática europeia. Mas dificilmente será o capítulo final. «Os 90% dificilmente serão exequíveis tal........

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