O despertar europeu
“Precisamos de ser lúcidos e reconhecer que a nossa Europa é mortal. Pode morrer. Tudo depende das escolhas que fazemos, e essas escolhas precisam ser feitas agora”, Emmanuel Macron, presidente da França
As eleições europeias são tradicionalmente pouco interessantes para os eleitores. Seja pela perceção de distância institucional e do conceito de “Europa”, seja porque existe uma conceção de que pouco influi diretamente no dia a dia das pessoas, esta relação foi sempre mais neutral e o ato eleitoral menos participado. A União Europeia (UE) sempre foi mais relevante para a vida dos europeus do que estes percecionavam, sendo que, na última década, foi absolutamente decisiva para manter um status quo que tomávamos por garantido.
Atualmente, o papel da União pode bem ultrapassar as linhas tradicionais do livre comércio e da estabilidade financeira. A resposta concertada da UE na crise sanitária terá sido, talvez, o momento em que foi mais visível um federalismo europeu de lógica mais política e menos comercial. No entanto, o conflito na Ucrânia e o espetro de uma escalada militar no Velho Continente, a par das divisões políticas relacionadas com o controlo de imigração ou de revindicações por uma maior coesão e mobilidade social, resultam numa maior pressão por parte dos cidadãos junto dos políticos de Bruxelas. E isso pode, também,........
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