A pior crise da economia alemã no pós-guerra

“A economia alemã está em queda livre e o governo não está, ainda, a reagir com a firmeza necessária”, palavras de Peter Leibinger, Presidente da Federação das Indústrias Alemãs (comunicado de 2/12/2025), a maior Federação Patronal. “Aguardamos uma queda de 2% na produção deste ano, ou seja, a produção industrial encontra-se em queda pelo quarto ano consecutivo” e, em sua opinião, esta crise não é pontual, nem temporária. Decorre de um impasse estrutural.

A Federação das Indústrias Alemãs exige, então, do governo de Friedrich Merz: “políticas económicas com prioridades claras para a competitividade e crescimento”, sob pena, subentende-se, de um mergulho da economia alemã e, por arrasto da europeia, por tempo indeterminado e problemático.

Como se referiu no artigo de opinião da última quinzena, “a falência da política energética alemã”, não se vislumbra qualquer luz ao fundo do túnel, que indicie uma mudança substancial, consequente e robusta, neste domínio, na Alemanha (nem na União Europeia), a causa principal de tamanho descalabro. Remendos, como a electricidade subsidiada às empresas, que Merz decretou, não são solução e, deste modo, a economia alemã não conseguirá recuperar a competitividade perdida.

O tecido económico alemão é carente em energia. Com os preços vigentes e o modelo energético existente, nada a fazer. A desindustrialização entrou em processo sucessivo, com perdas significativas de emprego a vários níveis. A título de exemplo, refira-se que a produção no sector automóvel caiu 20%, (desde 2019), equivalente a 150 000 desempregos e, a indústria química, na sua globalidade, encontra-se no pior nível dos últimos 30 anos.

Acrescento que alguns segmentos acusam reduções na produção, superiores a 50%........

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