As declarações do Presidente da República num encontro com representantes da imprensa estrangeira causaram polémica. Marcelo falou demais, não foi correto para com Montenegro e Costa, atirou o próprio filho aos leões no “caso das gémeas” e abriu a porta ao pagamento de reparações, por Portugal, pela escravatura e por atos cometidos no período colonial.
Os outros pontos da intervenção presidencial merecem também ser analisados, mas centremo-nos na questão das reparações, que não passaram despercebidas no exterior. Não por acaso, a ministra brasileira da Igualdade Racial, Anielle Franco, pediu de imediato “ações concretas” ao Governo português, sobre o legado da escravatura.
Em primeiro lugar, a forma e o timing de Marcelo não foram felizes, para além de, mais uma vez, fragilizar o Governo, precisamente na semana em que Lisboa recebeu os chefes de estado dos PALOP que vieram para as comemorações do 25 de Abril. Mas o Presidente está certo no essencial.
Nas colónias portuguesas, a escravatura foi formalmente abolida em 1869, embora tenha continuado a existir durante mais algumas décadas de forma encapotada. Mas um português “branco”........