A ética no caso do “pistolão”

O chamado “caso das gémeas” tem estado no centro de uma pequena tempestade política e mediática, mas os factos que vieram a público apontam para uma situação mais complexa do que inicialmente se pensava.

Em primeiro lugar, ficou demonstrado que as gémeas tinham direito à cidadania portuguesa, tendo o processo da sua obtenção demorado cinco meses, um prazo dentro da média. As meninas são filhas, netas e bisnetas de portugueses. Têm tanto direito a ser tratadas no SNS como uma criança que tenha nascido em Viseu ou Faro, por muito que isso desagrade a quem tenta ganhar votos fazendo distinções entre os portugueses ditos “de bem” e os outros.

Em segundo, os dados oficiais não permitem sustentar que outros pacientes tenham ficado para trás ou tenham sido preteridos pelo facto de as meninas terem recebido o Zolgensma. Pelo contrário. Desde 2019, foram tratadas........

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