Ao contrário de uma ideia generalizada de concentração territorial, muitos estados prolongam-se por diferentes regiões e geografias. A República Portuguesa é um desses casos incomuns de descontinuidade geográfica, reunindo sob território nacional uma parte continental e dois arquipélagos, portanto, Portugal, Açores e Madeira. Os arquipélagos portugueses localizam-se longe da sua costa continental, invisíveis a partir desta e longínquos o suficiente para o transporte aéreo ser o mais prático.
Neste sentido, a República Portuguesa é tricontinental, dado as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira se encontrarem, no caso dos Açores, no encontro das placas litosféricas da Eurásia, América e África, localizando-se as ilhas nas duas primeiras placas, no caso da Madeira, a placa tectónica correspondente é a africana. Esta sua abrangência torna-a, agora, mais sujeita a fenómenos globais como as alterações climáticas e as alterações do ecossistema marinho que são particularmente sentidas por todos nós, seja nas chuvas diluvianas, nos ventos ciclónicos com características de furacão ou nos fogos que destroem a nossa paisagem e parte das atividades humanas de subsistência.
Sendo um estado europeu, a República Portuguesa derrama-se por outras latitudes e longitudes que a tornam bastante particular a sua geografia e também a sua posição geoestratégica. Nesse sentido, temos um país que beneficiou da sua exposição ao Atlântico para construir um projeto de saída do território europeu, identificando, cartografando e experimentando novos caminhos que o levaram ao encontro de população até então desconhecidas dos Europeus pré modernos. Após o final tardio do Império Colonial Português, mantiveram-se os dois arquipélagos de povoamento, no formato político autonómico, pela unidade cultural e social que mantinham com a parte continental do território.
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