São diárias as notícias que mostram que, efetivamente, o que se está a passar é o genocídio do povo palestiniano às mãos do Estado de Israel. Em seis meses, o número de mortos ascende a mais de 33 mil e o de feridos a 70 mil! Dos mortos, quase 14 mil eram crianças! “O número de crianças presumivelmente mortas em apenas quatro meses em Gaza é superior ao número de crianças mortas em quatro anos em todos os conflitos do Mundo”, afirmou Philippe Lazzarini, diretor da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos. E, de acordo com a UNICEF, mais de 1,1 milhões de crianças estão em risco de vida por subnutrição.

As cargas explosivas lançadas sobre Gaza atingem as 25 mil toneladas, o que supera a força destruidora das duas bombas atómicas.

Francesca Albanese, redatora da ONU para a Palestina, no relatório “Anatomia de um genocídio” apresentado ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, reporta que 77% das instalações sanitárias do território ficaram destruídas, assim como 68% das infraestruturas de telecomunicações e 60% das casas e instituições de ensino - incluindo todas as universidades de Gaza.

De acordo com Guterres, Israel assassinou, em Gaza, 196 trabalhadores humanitários, dos quais 175 eram da ONU.

Números terríveis que ganham ainda maior dramatismo quando vemos o comportamento animalesco dos militares israelitas a metralharem centenas de civis que tentam, em desespero, aceder a camiões com ajuda alimentar. Ou a bombardear, metodicamente, três carros de uma organização de voluntários internacionais. Ou quando, tão cegos pelo ódio, matam os seus próprios compatriotas, reféns que dizem querer libertar!

Perante esta barbárie, o que faz o “Ocidente”? Vergonhosamente nada! Não há uma sanção contra Israel. Nem sequer um movimento, sinal importante na atual situação, de reconhecimento do Estado palestiniano. Nem uma única decisão de proibir a venda de armas a Israel - o que faz com que os EUA, com maquiavélico cinismo, larguem paraquedas com ajuda humanitária sobre Gaza, ao mesmo tempo que os aviões israelitas largam bombas norte-americanas sobre o mesmo território!

Este Ocidente, de facto, não é civilizado. É, isso sim, cúmplice da barbárie.