O desequilíbrio entre Braga e V. Guimarães ao longo das últimas duas décadas tem disfarçado a verdadeira dimensão do dérbi do Minho. Mas este é, de todas as perspetivas, o verdadeiro dérbi dos dérbis de Portugal. Atendendo ao bom momento que ambas as equipas atravessam, o dérbi deste ano recuperou alguma chama do passado. Nas bancadas estavam mais de 22 mil adeptos e o ambiente foi fantástico.
O Braga entrou melhor e dominou praticamente todo o jogo. O V. Guimarães foi gerindo e socorreu-se de inúmeras e inusitadas quedas para interromper o ritmo da partida com a total condescendência do árbitro. Além do golo, o Braga teve três oportunidades para matar o jogo. Uma foi devolvida pelo poste e duas foram perdidas por evidente incapacidade própria. Não marcou em nenhuma e depois encolheu-se inexplicavelmente demonstrando uma atitude difícil de compreender.
Ainda que se tenha posto a jeito, a verdade é que o empate no último lance é uma dupla injustiça. Primeiro pelo que o Braga fez durante toda a partida; segundo porque é mais um capítulo da dualidade de critérios com que a arbitragem trata o nosso clube.
O empate foi sentido como uma derrota pelos bracarenses e como uma incrível vitória pelos vimaranenses, o que demonstra relevantes diferenças na cultura dos dois clubes. Mas este final dramático faz parte da magia dos dérbis do Minho e ajuda a recuperar essa aura tantas vezes escondida.
Que o final deste jogo seja o estímulo de que o Braga precisa para fazer as alterações e encontrar os reforços que nos ajudarão a encarar com sucesso a segunda parte da época.
*Adepto do Braga