Os três momentos de Marcelo Rebelo de Sousa |
O encantamento inicial
As primeiras recordações que tenho de Marcelo Rebelo de Sousa remontam aos anos 80, onde, como candidato à Câmara Municipal de Lisboa, decidiu mergulhar no Tejo para lançar a sua campanha. De seguida, foi "o Exame", programa da TSF onde Marcelo dava notas aos atores políticos. Confesso que, aliado ao episódio da "vichyssoise", não tinha uma imagem abonatória de um Marcelo que chegou a presidente do PSD. E esse período não ajudou a que o balanço fosse positivo. Porém Marcelo, torna-se a figura mediática na TVI e começamos a compreender a capacidade das TV porem comentadores no Palácio de Belém. É neste contexto que Marcelo Rebelo de Sousa é eleito presidente da República. E a verdade é que beneficia, de forma significativa, do ambiente herdado dos dez anos anteriores em Belém.
Cavaco Silva cultivara uma figura austera, distante e quase alheada do quotidiano das pessoas - um presidente enclausurado na sua torre de marfim. A chegada de Marcelo representou exatamente o contrário: uma lufada de ar fresco. As janelas e as portas do Palácio de Belém abriram-se, e os portugueses redescobriram que tinham um presidente que se deixava ver, ouvir e tocar. A sua capacidade de comunicação, associada a sucessivas quebras deliberadas do protocolo de Estado, gerou índices de popularidade inéditos. Marcelo tornou-se o presidente popular, o presidente das massas,........