Mulheres ao volante, controvérsia constante
Lembram-se quando surgiram os TVDE? Bons tempos. Vinha abrir-nos a porta um homem que não sabíamos se era motorista, se era um daqueles tipos que entregam os Globos de Ouro. Depois, ainda a viagem não tinha começado e já nos perguntavam se a temperatura estava boa, se a música era do nosso agrado, se queríamos bebericar uma aguinha ou chupar num rebuçado. Sentíamo-nos poderosos, valorizados, herdeiros. Quando o carro parava, apesar de termos chegado à Joaquim Chaves para fazer análises e entregar a amostra de urina II, saíamos com a atitude de quem vai para uma reunião importante para vender 27 milhões de euros em ações. O táxi nunca nos fez sentir assim. Eu sou do tempo em que se fumava nos táxis. Não sabíamos se a nossa tosse à noite era do frio, da poluição ou das nortadas de SG Ventil que o motorista nos mandou para cima desde o Campo Grande até Santa Apolónia.
Como qualquer relação nova, tudo é perfeito ao início. E não demorou muito até que nos deixassem de perguntar qual a rádio da nossa preferência ou se temos sede ou vontade de uma coisinha doce. Tornou-se uma........
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