Dezembro é sinónimo de reencontros felizes e, igualmente, de despedidas difíceis. Estou a dias de cessar funções enquanto Presidente da Federação Académica do Porto.
Ao longo de três mandatos, não escondi a prática da cidadania atrás de discursos. Exerci-a diária e convictamente, ao denunciar, debater, propor e construir. A FAP prestou o seu contributo ao País, não por confronto geracional, mas na busca de respostas para elevar a dignidade dos jovens.
Quando os decisores políticos não responderam rapidamente aos problemas, nós criámos as soluções. Foi, assim, ao enfrentar a pandemia, os problemas de saúde mental, a falta de alojamento e o impacto da inflação. São muitos os bons exemplos de como a tutela e as instituições deviam ter ouvido mais os seus estudantes. Sinalizámos o imobilismo e a resistência à mudança na Academia. Soubemos influenciar o debate público e político, como ator central de representação dos estudantes. Reivindicámos um pacto de ambição geracional, dado o desalento que leva tantos jovens a emigrarem.
Na despedida do associativismo estudantil, fica a certeza de que o País conta com mais cidadãos empenhados em construir um caminho, para que Portugal seja melhor do que alguma vez foi.
Esta é a hora de contar os caracteres, convicta de que nos voltaremos a encontrar. Agradeço por este espaço de liberdade e de oportunidades, que dá voz a novos protagonistas para lá de Lisboa.
O JN não esqueceu a juventude e permitiu-me partilhar como sentimos o País, porque este lugar não pode ser visto apenas pelo nosso olhar, tem de chegar a todos! Muitas palavras foram escritas e emoções partilhadas. Agradeço aos leitores por lerem o que escrevi e por apoiarem o Jornal de Notícias.
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