Esta semana muito se falou de Igualdade de género na Assembleia Legislativa da Madeira. Uns aproveitam para fazer bandeira política, outros de facto acreditam e sentem esta causa. Esteve na agenda política a discussão de um diploma vindo da extrema-direita que pretendia que as crianças e jovens tivessem autorização dos/as encarregados de educação para terem conteúdos pedagógicos na escola sobre identidade de género e orientação sexual.

Em pleno séc. XXI, em que tanto se fala da importância da modernização da educação, em que a escola deve servir mais do que para formar profissionais, para formar pessoas. É o sítio onde mais além das competências pedagógicas, pretende desenvolver competências sociais e emocionais e vêm estas mentes iluminadas saídas da pré-história a querer regredir numa data de avanços, a abordar identidade de género como se fosse uma doutrina religiosa que se tenta incutir nos/as jovens, ignorando a biologia, a ciência, a sociologia. Misturam sexo e género, sem saber qual a diferença e pelos vistos pretendem fomentar esse desconhecimento, tornando questões de direitos humanos em assuntos tabus. Estas ideias são uma afronta às conquistas que levaram anos a serem implementadas, aos desafios que ainda hoje homens e mulheres passam só por se identificarem de forma diferente ou por assumirem gostar de uma pessoa do mesmo sexo.

É injustificável que na casa da democracia e fazendo 50 anos do 25 de abril, se pretenda limitar a autonomia das escolas, restringir o ensino, gerando maior confusão, intolerância, desconhecimento e promovendo a violência de género a que continuamos a assistir. Discutiu-se também pelo PAN, PSD e BE a celebração do 25 de novembro, Dia Internacional Pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres na Assembleia Legislativa. O PAN em conjunto com o PSD foram mais além na proposta, propondo que se assinale os 16 dias de ativismo pelo fim da Violência Contra as Mulheres e Violência de Género. É com o debate, com a reflexão, com a homenagem e com a partilha de dados e de estudos, que conseguimos um maior conhecimento sobre estas matérias e que se evolui enquanto sociedade.

É fundamental desconstruir estereótipos de género e promover a igualdade de direitos e oportunidades para todas as pessoas. Quando se fala do combate à violência, seja de género, seja doméstica, falamos de combater a desinformação online, de voltar à base e começar por aprofundar as construções de género e a influência que os papeis atribuídos para os homens e para as mulheres têm na forma como nos relacionamos. Só é possível estes avanços se olharmos para a educação como elemento-chave para a mudança de mentalidades, sendo essa a raiz do problema da nossa sociedade, num país que é ainda conservador, machista e patriarcal.

Falar de homossexualidade não torna as pessoas homossexuais, por isso não se percebe de que é que estas pessoas têm medo? De que exercendo o seu direito à liberdade de expressão, seja dada visibilidade, haja maior representatividade e deixe de soar estranho à maioria das pessoas? Que aceitemos todos que não existe um modelo de família tradicional, e que o interessa é o respeito e o amor? Por muito fantasioso que possa parecer, é a isso que se resume, ao respeito, ao amor e à tolerância. Falar de Direitos Humanos é falar do Direito à Educação, Liberdade de Opinião e de Expressão, sem qualquer tipo de discriminação. Mas direitos humanos não são direitos inventados e que jogamos conforme dá jeito. São para serem cumpridos!

De que têm medo?

De que têm medo?

Esta semana muito se falou de Igualdade de género na Assembleia Legislativa da Madeira. Uns aproveitam para fazer bandeira política, outros de facto acreditam e sentem esta causa. Esteve na agenda política a discussão de um diploma vindo da extrema-direita que pretendia que as crianças e jovens tivessem autorização dos/as encarregados de educação para terem conteúdos pedagógicos na escola sobre identidade de género e orientação sexual.

Em pleno séc. XXI, em que tanto se fala da importância da modernização da educação, em que a escola deve servir mais do que para formar profissionais, para formar pessoas. É o sítio onde mais além das competências pedagógicas, pretende desenvolver competências sociais e emocionais e vêm estas mentes iluminadas saídas da pré-história a querer regredir numa data de avanços, a abordar identidade de género como se fosse uma........

© JM Madeira