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Sobre os que aterrorizam

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wednesday

No preâmbulo da exposição de Clarice Lispector no IMS SP, entrei na livraria e li em uma publicação com título de jornal – Folha da Tarde – um “artigo indefinido” que começava por especular por que todo mundo teria medo de Virginia Wolf. “A romancista inglesa foi um tipo acabado de onésima. Onésima, segundo classificação de Jaime Ovalle, é a pessoa que duvida, sorri, desaponta, gela, com um senso de humor que aterroriza as pessoas de fácil ebulição emocional”, diz o autor Paulo Mendes Campos.

Clarice Lispector é uma onésima. Uma das primeiras coisas que se entende ao entrar na exposição Constelação Clarice é que a crônica, que já foi apontada como um gênero menor pela crítica literária, encampa o paradoxo maior da obra ficcional de Clarice: a tensão produtiva entre a vida prosaica, doméstica, íntima e familiar – a casa –, e seu reverso: os espectros, temores, pulsões, violências, estranhezas, incômodos. No modo como........

© ISTOÉ


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