Em política, a margem para tomar uma decisão é tão determinante quanto a decisão em si. Na análise política, irremediavelmente, perde-se mais tempo com o que foi decidido do que com o espaço diante do qual se decidiu. Tal é um erro comum, prejudicial à interpretação. Se Marcelo dissolvia ou não dissolvia a Assembleia, se Costa vai — ou ia — para a Europa; se Passos volta — ou voltaria — ao PSD, entre outros dilemas com que nos entretivemos semanas a fio, mas em vão.
Se há lição que este mês ofereceu aos analistas políticos é que o espaço para se escolher é frequentemente tão — ou mais — importante do que aquilo que cada um escolhe. Cada posicionamento aufere diferentes possibilidades que, a qualquer momento, escapam ao controlo dos intervenientes. E escaparam. A contingência da realidade política é uma inevitabilidade da realidade política. Os políticos sabem-no melhor do que ninguém: a arma é mais relevante do que o alvo; as opções valem mais do que as ambições; o trilho é mais definidor do que o destino — que, na verdade, nunca se conhece por completo.
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Em política, a margem para tomar uma decisão é tão determinante quanto a decisão em si. Na análise política, irremediavelmente, perde-se mais tempo com o que foi decidido do que com o espaço diante do qual se decidiu. Tal é um erro comum, prejudicial à interpretação. Se Marcelo dissolvia ou não dissolvia a Assembleia, se Costa vai........