Os observadores tendem a responsabilizar a Justiça pela queda do Governo, esquecendo o papel que esta terá na escolha do próximo.

Os desenvolvimentos da Operação Influencer e o desenrolar do processo de António Costa, tanto quanto causas da crise, estão umbilicalmente ligados à consequência da crise: as eleições. O foco no parágrafo — e, portanto, na demissão — negligencia as suas repercussões, em especial essa. O processo não precipitou somente o fim da maio­ria; decidirá também a ascensão de outro primeiro-ministro. Com que base partidária e com que estabilidade parlamentar dependerá, forçosamente, do caso que abalou o país a 7 de novembro de 2023. Nesse aspeto, a sorte de António Costa é inseparável do nosso destino eleitoral.

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