Tal como a maioria dos comentadores que tenho lido e ouvido, estou convencido de que António Costa é inocente de qualquer crime ligado à investigação de que se fala. Tenho visto menos gente dizer o mesmo relativamente a João Galamba, mas, na verdade, penso o mesmo: até provas fortes em contrário, estou convencido da sua inocência quanto a quaisquer crimes. Assim, tudo o que eu escreva daqui para a frente deve ser entendido no plano puramente político e não criminal ou judicial.

No plano político, António Costa é culpado. Desde o início do seu mandato que foi óbvio que a base de recrutamento para o seu Governo era minúscula: mulher e marido, pai e filha, irmã e irmão, chefes de gabinete de uns governantes que eram cônjuges de outros, assessores do grupo parlamentar ou das câmaras socialistas promovidos a secretários de Estado, etc.; só alguns fugiam a este pequeno círculo. Escolhas feitas a partir de uma base tão restrita têm uma grande desvantagem e uma enorme vantagem.

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