As eleições nos Açores foram uma inequívoca vitória para o PSD, uma clara derrota para o PS e uma forte e pírrica vitória do CHEGA.
A arriscada jogada tática de Montenegro - ir aos Açores para aparecer ao lado de Bolieiro, domingo à noite - foi vencedora e ajudou a reforçar a imagem de homem de convicções e capaz de correr riscos, o que muitos duvidavam ser o caso.
Mas, mais do que isso, consolidou a sua estratégia de “não é não” ao CHEGA e – como foi dito no domingo, e bem – inverteu o ónus que PNS andava a construir com a ajuda de alguns comentadores e jornalistas: agora está claro que o PS terá de se aliar ao CHEGA para afastar Bolieiro (“eu governarei com uma maioria relativa”) e esse símbolo serve como uma luva de pelica para 10 de março.
Mas isso não resolve todos os problemas de Montenegro, desde logo o problema (que partilha com PNS) de não ser possível (ainda?) formar um governo com apoio maioritário.
Mas pior é o problema que resulta de que, aproveitando o facto do Presidente ter saído do radar, Marcelo ter tomado o poder em Belém e insistir em ser pitonisa ou até tentar ser Apolo, como veremos mais adiante.
OS AÇORES E 10 DE MARÇO
O resultado das eleições dos Açores resume-se com facilidade:
E mesmo sem o que refiro atrás, os reflexos para as legislativas são óbvios e todos favoráveis a Montenegro:
Francisco Assis percebeu tudo isso de imediato e permitiu a Bernardo Ferrão em direto na SIC no domingo à noite, citar um sms pessoal dele onde preto no branco afirmava que "o PS deve viabilizar, pela abstenção, Governo minoritário PSD/CDS/PPM nos Açores”.
O que isto significa – na nova conjuntura pós-açoriana – é que a nível nacional igual declaração devia ser rapidamente feita por PNS, exigindo naturalmente e como condição que o PSD reciproque.
O problema é o PSD pode fazer isso sem especial problema (Montenegro já clarificou que não fará o que o PS fez em 2015), mas para o PS isso será um sinal para se drenarem votos para o BE e Livre que logo escavarão para drenar mais. E talvez por isso, PNS já esclareceu que o não vai fazer e, por isso, não o pode ir pedir.
MARCELO, COMO APOLO OU PITONISA DE BELÉM
É aqui que entra de repente o que se passa em Belém.
Como se verá a seguir, Marcelo........