No Observador, o título da entrevista de José Manuel Fernandes, que não é o diretor daquela publicação nem o eurodeputado do PSD, mas um empresário que dirige o conselho geral da AEP, é: “Os empresários não querem uma nova geringonça de esquerda. O recado está dado”. É coisa algo farfalhuda, que depois é esmiuçada com menos liberdade jornalística e mais “recado” nos próprios dizeres do empresário. Segundo ele, a geringonça é de má memória, por ter criado uma “instabilidade muito forte na economia” e a “experiência anterior foi negativa para nós, empresários”. “Completamente”, acrescenta. As razões invocadas são poucas, uma tal perda de competitividade na legislação do trabalho, que aliás pouco mexeu e cuja manutenção foi o motivo invocado pelo PS para recusar um novo acordo com a esquerda em 2019, e a subida do salário mínimo, uma “dor de cabeça” para as empresas têxteis que concorrem com o Bangla Desh, explicou Fernandes. Mais valia ter continuado o governo Costa, concluiu, o que quer dizer que não põe muitas fichas numa eventual vitória do PSD ou no seu governo com o Chega.

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