Há várias superstições sobre a menstruação que facilmente são deitadas por terra, como a crença de que não se deve lavar o cabelo, mas há uma uma que persiste, com um certo romantismo de linguagem: a sincronização do período de mulheres que passam muito tempo juntas, ou, ainda, estão numa relação lésbica.

Esta crónica procura explorar o assunto.

Em 1971, Martha Clintock, psicóloga americana, fez um pequenino estudo, com 100 jovens universitárias que conviviam juntas, e que teriam os períodos sincronizados. Deduziu, então, que as mulheres mais próximas menstruavam juntas. Claro que esta ideia é muito bonita, mas será real? “O estudo gerou tanta curiosidade que a comunidade científica se apressou a reproduzi-lo com outros grupos de mulheres: mães e filhas, casais de lésbicas, atletas de uma mesma equipa, etc. Mas o estudo de McClintock apresentava incongruências e debilidades em termos de metodologia e as suas descobertas foram sendo refutadas, estudo atrás de estudo.” (Patrícia Lemos, “Não é só sangue”). Mas por que será que parece que os períodos se sincronizam?

O estudo mais completo completo sobre este tema foi realizado porZhengwei Yang e Jeffrey Schanck, da Universidade Médica North Sichuan Medical e da Universidade de Califórnia Davis, respetivamente, demonstrou que esta aparência de sincronização pode ser explicada por mera matemática. Eles mostram que “a variabilidade dos ciclos produz convergências e subsequentes divergências nos ciclos que explica a percepção de sincronia.”

Tendo em conta que os ciclos menstruais regulares podem variar entre os 21........

© Expresso