O corpo que você levou para o ano seguinte

No calendário, o ano termina à meia-noite do dia 31 de dezembro. No corpo, não.

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O corpo não entende de réveillon, não reconhece fogos, não se reinicia com contagem regressiva. Ele atravessa o ano seguinte carregando exatamente aquilo que acumulou no anterior: força (ou a falta dela), mobilidade, inflamação, hábitos, sobrecargas, descuidos e pequenas decisões repetidas que, somadas, constroem um estado físico, bom ou ruim.

Enquanto fazemos balanços financeiros, profissionais e emocionais, raramente fazemos o mais óbvio: o balanço corporal. E isso é curioso, porque o corpo é o único patrimônio que acompanha todas as metas, todos os projetos e todos os anos. Não existe plano que sobreviva a um corpo adoecido.

No consultório, o fim de ano escancara isso. Pacientes chegam cansados, doloridos, rígidos, com lesões que não surgiram em dezembro, mas que só agora ficaram impossíveis de ignorar. “Empurrei o ano inteiro”, dizem. O corpo foi levando. Agora cobra.

O que mais compromete o corpo não é um grande erro isolado. É o acúmulo silencioso de pequenas negligências. Dormir mal por meses, sentar mal por anos, treinar errado por décadas, não........

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