Bar não é glamour, bar é ofício

Existe uma imagem insistente rondando o imaginário coletivo: abrir um bar como extensão do ego, um projeto quase terapêutico, um sonho boêmio embalado por música boa, luz baixa e gente bonita sorrindo do outro lado do balcão. A realidade, como quase sempre, é bem menos fotogênica.

Fique por dentro das notícias que importam para você!


Bar não é glamour. Bar é ofício.


Talvez essa seja uma das maiores confusões dos últimos anos. Nunca se abriu tanto bar movido mais pela estética do que pela técnica, mais pelo desejo de pertencimento do que por preparo real. Abre-se um bar como quem abre um perfil: nome impactante, logo bem resolvida, cardápio curto e frases de efeito. Mas logo no primeiro mês vêm as contas, os fornecedores, a equipe, a reposição, o sábado lotado, o domingo vazio e o caixa que não fecha. E aí o encanto começa a ruir.


Há também um personagem recorrente nesse cenário: o burguês empreendedor de balcão imaginário. Aquele que “tem um bar”, mas raramente pisa nele. Aparece na inauguração, leva meia dúzia de amigos, brinda alto, posta foto no Instagram e desaparece. O........

© Estado de Minas