Pode-se perdoar a ignorância, mas não a associação da política com o capital para esconder e agredir a história de uma cidade, do país e, especialmente, nossa independência perante o colonizador. A praça mais representativa da capital mineira é chamada carinhosamente de Praça 7, mas o nome oficial é Sete de Setembro, numa explícita celebração da Independência do Brasil. Em vez de descaracterizada e ignorada, como quer a maioria da Câmara de BH, deveria ser tombada em um estado onde nasceu o movimento político mais célebre por nossa independência.
Minas é um estado símbolo de preservação da história e do patrimônio público. Por conta da Inconfidência Mineira, Ouro Preto sobrevive como o maior museu aberto e vivo do mundo, apesar do assédio do capital e do imperialismo. Agora, ao final da atual legislatura, os vereadores se unem ao empresariado para passar a boiada sobre a memória da capital. O projeto deles pretende transformar a Praça 7 na breguice de uma ‘Time Square’ que não existe em nossas cabeças.
Querem fazer BH andar para trás. Nos anos 90, Barcelona proibiu placas luminosas na cidade e disciplinou o uso de espaços públicos. Depois, foi a vez de Paris e até de São Paulo, que, num desvario semelhante, poderia fazer uma ‘time square’ em sintonia ao seu cosmopolitismo. Conselheiros mais próximos ao prefeito reeleito Fuad Noman (PSD) defendem o veto pedagógico sem piedade. O grupo político e o empresariado associado não compreendem as razões de Minas e de BH, submetendo os belo-horizontinos ao elitismo e ao imperialismo........