A falta que a palavra faz ao amor |
O amor não é algo que vem pronto e acabado, ao contrário, ele é uma construção que tem nas palavras o seu elemento mais essencial. O filósofo brasileiro Christian Dunker chega a afirmar que, até certo limite, essas palavras podem caber em uma carta ou uma mensagem de WhatsApp, contudo, a partir de um certo ponto, o amor exige uma habilidade que, segundo ele, estamos perdendo, que é a capacidade de falar de modo autêntico.
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Roland Barthes vai no mesmo sentido e diz que essa autenticidade não é simples de ser alcançada, pois o discurso amoroso é permeado por riscos. O amante se expõe ao falar, e o dizer amoroso é repleto de percalços, pois tenta dizer o indizível. Barthes afirma que o amor não é um sentimento estável, para ele, amar é ocupar um lugar de linguagem no qual a fala não tem como apoio qualquer garantia. Nesse sentido, amar é oscilar entre o desejo de dizer algo e o temor de que esse algo não seja compreendido.
Talvez pelo temor de dizer algo que desagrade o parceiro, muitas vezes a fala amorosa é repetitiva, não por falta de imaginação dos amantes, mas por sua........