Mariana Aydar diz que o forr enfrenta vrias dificuldades e garante: "Ele agoniza mas no morre" (foto: Flvia Mansur/divulgao)
Pesquisa rpida sobre os discos de Mariana Aydar aponta uma curiosidade. “Veia nordestina” (2019) e os dois trabalhos anteriores, “Pedao duma asa” (2015) e “Cavaleiro selvagem aqui te sigo” (2011), so separados por quatro anos. A cantora se diverte com a constatao. E diz que este ano, para no quebrar a regra, vai lanar outro trabalho. “Mas por enquanto no vou dar spoiler”, brinca.
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Mas quando o assunto o show que ela far no prximo dia 16, no Baretto do Hotel Fasano, Mariana no esconde nada. “Ser uma formao de trio p de serra, o famoso power trio sanfona, zabumba e tringulo. Sempre falo que forr muito rock and roll, sabe? Na atitude. Nesse power trio, os trs instrumentos fazem um estrago.”
A cantora chega a BH com a verso reduzida de seu show, diferente das turns do “Forr da Mari”, com a banda completa.
Desde 2000, voc lanou cinco discos, dirigiu um documentrio (“Dominguinhos”, 2014, com Joaquim Castro e Dudu Nazarian), criou sua produtora. A dois anos de completar 25 de carreira, que avaliao voc faz dessa trajetria?
Vivo um momento muito gratificante, uma fase mais madura. Tenho mais tranquilidade, mais calma, mais prazer mesmo em fazer tudo. No comeo, tem aquela presso de ser exposto, n? E agora, depois de quase 25 anos, tem essa tranquilidade, essa maturidade. Eu me sinto cada vez mais grata de poder fazer o que amo, de cantar cada vez mais pelo pelo Brasil, em todos os cantos do Brasil.
Voc tem o bloco de carnaval Forrozin. J pensou em sair de So Paulo e rodar pela folia de outras praas, incluindo Belo Horizonte?
Tenho muito carinho pelo bloco. J o quarto ano que a gente sai. Logo no comeo, ele foi apadrinhado por Gilberto Gil, o mestre. Sempre tive o sonho de sair com um bloco de forr, de msica nordestina, pelo carnaval. Sempre quis lev-lo para BH, porque a cidade sempre esteve dentro do circuito do forr. Acho que seria um match perfeito. Vamos ver, n? Quem sabe?
Voc chega a BH no incio das festas juninas. O que talvez voc no saiba que a cidade s perde para o Nordeste em termos de festejos juninos, que costumam ir at julho.
No sabia desse detalhe das festas juninas. Belo Horizonte sempre foi muito prxima do forr, sempre com muito respeito ao forr. Gosto muito de cantar em Belo Horizonte, onde sou muito bem recebida.
Como voc v o mercado do forr no Brasil?
Hoje em dia, so vrios tipos de forr, mas existe muito preconceito com o forr p de serra. So ondas... E, como diz Nelson Sargento – falando do samba, mas vale para o forr –, ele agoniza mas no morre. Sempre houve muitos apaixonados pelo forr, que no deixam o gnero morrer. Mas uma espcie de resistncia mesmo. Porque no fcil, ele no est nas mdias, no est na rdio, no est nos festivais na televiso. Quem ama fica levantando a bandeira, e ele sempre se renova. Vivemos uma poca de novos sanfoneiros. Tem o Mestrinho, o Lulinha Alencar, o Cosme Vieira, que toca comigo.
Voc tem a preocupao de procurar msicos bem no incio da carreira para tocar com voc? Ou, ao contrrio, procurada por quem precisa deste empurro na carreira?
Sempre fui muito curiosa sobre novos talentos. Tenho curiosidade sobre o que a msica brasileira produz em geral, porque sou apaixonada pela msica brasileira e sempre gosto de entender como ela se renova, como ela vai dando os frutos, como isso vai se misturando. Estou sempre ligada nas pessoas que aparecem no s do forr, mas na msica brasileira em geral, n? No Prmio da Msica Brasileira (realizado na semana passada), os encontros musicais, a premiao, tudo que rolou muito bonito. Gosto muito do Bala Desejo, da Luiza Lian, da Juliana Linhares. Ainda sobre o Prmio da Msica, Z Ibarra foi um dos pontos altos. Cantou lindamente. Foi muito bonito mesmo.
O que o pblico de BH pode esperar de seu show?
Forr uma das melhores msicas do mundo, j comea por a. No repertrio, clssicos da msica nordestina, do forr, desse ba infinito de msica e tambm canes que j gravei. um apanhado dos meus discos com algumas msicas nas quais damos uma “enforrozada”. show animado, para cima, para todo mundo danar.