Opinião | Natal: Por que uma festa tão bonita tem tanta gente deprimida? |
Coluna semanal do historiador Leandro Karnal, com crônicas e textos sobre ética, religião, comportamento e atualidades
Coluna semanal do historiador Leandro Karnal, com crônicas e textos sobre ética, religião, comportamento e atualidades
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Você já pensou a origem da resistência de tanta gente ao Natal? Por que uma festa bonita tem tanta gente deprimida? Escrevo de longe, no frio das Ilhas Britânicas. Olho pela janela e tento entender a resistência ao evento aguardado por uns e detestado por outros.
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Começo pelas “ideias fora do lugar”, a expressão que um intelectual criou sobre outro tema. Natal deve ser frio, com neve. A tradição mostra José e Maria procurando um lugar abrigado, mesmo sendo uma estrebaria. É noite gelada na Bíblia e no Hemisfério Norte. Aqui? Um calor forte que inviabiliza a roupa do Papai Noel com suas borlas de veludo. A comida? Pesada ao extremo. A crise aumenta com a concentração de pessoas dentro de uma casa. O calor brasileiro é antinatalino e o imaginário da Natividade pertence à neve. Filmes e canções insistem nos flocos e nós vivemos abaixo do Equador. Nos cartões da data, as meias sobre a lareira e o fogo acolhedor. Nosso real: calor insuportável. Imaginário colonizado em Fahrenheit; realidade em Celsius. Resultado: ideias fora do lugar – e suor em pororocas rebeldes.
A segunda questão fala das........