Opinião | Medicina: o futuro já chegou? |
Vivemos um ponto de inflexão na história da medicina. Em poucas décadas, a convergência entre biotecnologia, inteligência artificial (IA), novos materiais, robótica, entre outras tecnologias, deslocou o centro de gravidade do cuidado de um ato isolado e prescritivo para um ambiente de cuidado tecnológico contínuo, preditivo e conectado. Novas tecnologias, como biópsia líquida e imagem molecular, possibilitam diagnósticos mais precisos e permitem que testes avançados sejam realizados fora de grandes centros hospitalares, chegando a Unidades de Saúde da Família e comunidades remotas.
Paralelamente, inovações terapêuticas como edição genômica e imunoterapia personalizada, hoje concentradas em centros especializados, têm potencial futuro para serem integradas progressivamente a contextos descentralizados, ampliando significativamente o acesso.
Entretanto, as mesmas forças que aceleram diagnósticos, personalizam terapias e ampliam o acesso, também podem intensificar desigualdades, burocratizar o encontro clínico e fragilizar os vínculos sociais. O desafio, portanto, é decidir que medicina queremos produzir com essas novas tecnologias e sob quais regras, critérios, competências e valores.
Ferramentas de IA já conseguem resumir prontuários, transcrever consultas........